O Blog da Revista Expor é um projeto pedagógico que tem por objetivo oportunizar um espaço para a exposição e divulgação de ideias, conhecimentos ,informações, projetos,pesquisas, opiniões e produções textuais de alunos e professores da E.E Batista Renzi
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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Entrevista com a Professora Márcia Higajo Koyama (Ciências)


1.     Há quantos anos a senhora leciona? Onde?

São 33 anos na rede estadual - EE Batista Renzi e 23 anos na rede particular – Colégio Objetivo Suzano. Me aposentei faz 4 anos e não me permiti distanciar dessa atividade que exerço com tanto carinho e dedicação. Sendo assim concursei e me efetivei novamente. Para minha surpresa existia um cargo disponível no meu querido Batista, lugar este que considero uma extensão da minha casa. Adorei!



      2.    Por que a senhora escolheu essa profissão?

Quando cursava a Faculdade de Biologia, eu pretendia me profissionalizar em áreas relacionadas a pesquisas. Porém, durante o estágio, tive a oportunidade de ter um contato direto com os alunos e me identifiquei totalmente com toda aquela dinâmica de sala de aula e hoje tenho certeza absoluta de que fiz a escolha certa!


3.    Como a senhora define seu método de ensino? Dinâmico, teórico...

Acho muito importante a aplicação de vários métodos de ensino, e que devam ser aplicados de acordo com os objetivos pedagógicos, da dinâmica da sala, do tempo. Com turmas mais agitadas e falantes acho interessante propor debates porque alunos com esse perfil gostam de participar e dão contribuições significativas para discussão. As aulas práticas são aguardadas com muita ansiedade porque despertam a curiosidade, o interesse e a vontade de aprender coisas diferentes, além de facilitar a fixação do conteúdo e transformar o aluno em um agente capaz de investigar e questionar o mundo a sua volta por meio da experimentação.


4.    Há grande diferença de desempenho entre alunos da escola particular e estadual?

Não há grande diferença. Nos dois lugares há alunos muito dedicados e outros nem tanto, o desempenho depende dessa dedicação, ou não, aos estudos.


     5.   Com qual faixa etária é mais difícil de se lidar em sala de aula e por quê?

Não é a faixa etária a principal razão que dificulta o profissional em ministrar uma boa aula, e sim a indisciplina. Para que esse problema seja sanado, eu procuro deixar bem claro, na primeira semana de aula, minha metodologia de trabalho. Algumas regras são estabelecidas para o bom andamento das aulas. Essas regras são minuciosamente analisadas, discutidas e finalmente aceitas pelos alunos, pois eles entendem que o seu cumprimento favorece o aprendizado. Não é aconselhável impormos regras e sim nos dispor ao diálogo. A autoridade é algo que se constrói. Ter autoridade não é o mesmo que ser autoritário. Respeitar para ser respeitado, sempre!!!


6.    Quais foram as principais mudanças na educação desde o início até a fase atual de sua carreira?

No início da minha carreira, a quantidade de recursos era bem inferior, mesmo assim, a qualidade do ensino e do aprendizado apresentava resultados muito positivos. Não é novidade citarmos algumas mudanças que ocorreram ao longo do tempo em relação ao comportamento dos alunos, falta de interesse pelo conteúdo, desrespeito pelos professores, bullying, violência. Porém, acredito que toda essa situação deva provocar no professor mudanças de paradigmas para que possamos acompanhar esse novo tempo. Convivo com profissionais realmente interessados em fazer uma educação de qualidade. São professores que se fazem respeitar pela competência, pela capacidade de dialogar, inspirar, pela arte de transmitir saber e por serem capazes de ouvir e discutir.      


7.    Quais foram as principais dificuldades no início de sua carreira?

Eu iniciei a minha carreira em 1982. Lecionava em quatro escolas, duas em Itaquaquecetuba e duas em Suzano. Me recordo do transtorno que era chegar nas unidades escolares no horário previsto. Pensei, pensei, pensei... e não me lembrei de mais nenhuma dificuldade.


8.     A senhora se orgulha de ser professora e por quê?
Apesar das dificuldades, apesar da falta de valorização profissional, apesar de ouvir repetidas vezes que não adianta lutar porque as coisas são assim e não vão mudar, apesar de tudo isso, tenho muito orgulho de ser professora! Poder contribuir para que meus alunos tenham um crescimento pessoal e profissional é motivo de muita felicidade. Encontrar um ex-aluno, (alguns com cabelos brancos) receber um abraço carinhoso, comemorar um reencontro me faz concluir que de alguma forma eu compartilhei o que sei e que isso foi valorizado. Eu me divirto dando aulas. Acredito no que faço, acredito muito nos meus alunos. No potencial que cada um deles tem de transformar a sua própria realidade. No esforço de cada um!

9.     A respeito do Projeto “Prevenção também se ensina” e tratando do tema “Gravidez na Adolescência” (Bebê-ovo); qual o aprendizado mais importante adquirido pelos alunos?

O objetivo do projeto é trabalhar com o grupo questões relacionadas à maternidade e a paternidade precoce e com as responsabilidades de suas ações. O objetivo, no entanto, transcendeu o esperado e, ao final do projeto, os alunos não só tiveram consciência das dificuldades que uma gravidez indesejada pode provocar, como também passaram a valorizar mais seus pais. Através de depoimentos, eles expressaram seu amor e gratidão. Por meio de relatos, que envolveram também os sentimentos em relação ao Bebê-ovo e as dificuldades em cuidar de algo tão frágil, os alunos puderam entender como seria ter um filho na adolescência, fase em que a pessoa ainda não está preparada para assumir as responsabilidades que uma criança exige, tanto financeira quanto psicologicamente.


     10.    Já houve algo inusitado durante a aplicação do projeto?
Me recordo com muita emoção da atitude de uma aluna quando em um determinado dia, por uma distração, deixou o Bebê- ovo cair ficando todo despedaçado no chão da sala. A aluna, muito irritada limpou e com muita agressividade jogou o que restou do bebê-ovo na lixeira. Aos poucos, toda agressividade foi se transformando em remorso, tristeza e sentimento de culpa. Aos prantos, ela voltou à lixeira e recolheu os pedaços descartados. No dia seguinte, o Bebê-ovo foi apresentado todo envolvido em esparadrapos, só com os olhinhos a mostra. Foi lindo!!!!!!!

Estou muito lisonjeada em ter sido convidada para esta entrevista. Ao responder as questões pude perceber o quanto devo agradecer a Deus por tudo que ele me proporcionou durante esses 33 anos de carreira. Estar convivendo com jovens que são os protagonistas nessa missão chamada Educação me faz concluir que a minha vida profissional foi sempre uma constante transformação e isso eu devo a cada um de vocês.
(Disponível Futuramente na Revista)


9º ano A 

André Monteiro Gomes
Lilian Yuki Nagayassu
Pietra Siste da Silva
Rafael Rodrigues Godoy dos Santos
Vinicius Riogi Lanzi



2 comentários:

  1. Parabéns prof. Marcia pela dedicação...aprendi muito com vc...e parabéns queridos alunos...vcs sempre foram muito especiais! Bjssss Saudades

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  2. Parabéns professora Marcia por ser essa professora que sabe como ensinar, apesar de só estar tendo aula com você esse ano já admiro seu trabalho e seu método de ensino e aprendo muito com você. Gostaria de ter mais professores como você que sabem como realmente é ser um professor que gosta mesmo do que faz..bjs Bruna Sousa 8B

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