São
33 anos na rede estadual - EE Batista Renzi e 23 anos na rede particular –
Colégio Objetivo Suzano. Me aposentei faz 4 anos e não me permiti distanciar
dessa atividade que exerço com tanto carinho e dedicação. Sendo assim concursei
e me efetivei novamente. Para minha surpresa existia um cargo disponível no meu
querido Batista, lugar este que considero uma extensão da minha casa. Adorei!
2. Por que a senhora escolheu essa
profissão?
Quando
cursava a Faculdade de Biologia, eu pretendia me profissionalizar em áreas
relacionadas a pesquisas. Porém, durante o estágio, tive a oportunidade de ter
um contato direto com os alunos e me identifiquei totalmente com toda aquela
dinâmica de sala de aula e hoje tenho certeza absoluta de que fiz a escolha
certa!
3. Como a senhora define seu método de
ensino? Dinâmico, teórico...
Acho
muito importante a aplicação de vários métodos de ensino, e que devam ser
aplicados de acordo com os objetivos pedagógicos, da dinâmica da sala, do
tempo. Com turmas mais agitadas e falantes acho interessante propor debates
porque alunos com esse perfil gostam de participar e dão contribuições
significativas para discussão. As aulas práticas são aguardadas com muita
ansiedade porque despertam a curiosidade, o interesse e a vontade de aprender
coisas diferentes, além de facilitar a fixação do conteúdo e transformar o
aluno em um agente capaz de investigar e questionar o mundo a sua volta por
meio da experimentação.
4. Há grande diferença de desempenho entre
alunos da escola particular e estadual?
Não
há grande diferença. Nos dois lugares há alunos muito dedicados e outros nem
tanto, o desempenho depende dessa dedicação, ou não, aos estudos.
5. Com qual faixa etária é mais difícil de
se lidar em sala de aula e por quê?
Não
é a faixa etária a principal razão que dificulta o profissional em ministrar
uma boa aula, e sim a indisciplina. Para que esse problema seja sanado, eu
procuro deixar bem claro, na primeira semana de aula, minha metodologia de
trabalho. Algumas regras são estabelecidas para o bom andamento das aulas.
Essas regras são minuciosamente analisadas, discutidas e finalmente aceitas
pelos alunos, pois eles entendem que o seu cumprimento favorece o aprendizado.
Não é aconselhável impormos regras e sim nos dispor ao diálogo. A autoridade é
algo que se constrói. Ter autoridade não é o mesmo que ser autoritário.
Respeitar para ser respeitado, sempre!!!
6. Quais foram as principais mudanças na
educação desde o início até a fase atual de sua carreira?
No
início da minha carreira, a quantidade de recursos era bem inferior, mesmo
assim, a qualidade do ensino e do aprendizado apresentava resultados muito
positivos. Não é novidade citarmos algumas mudanças que ocorreram ao longo do
tempo em relação ao comportamento dos alunos, falta de interesse pelo conteúdo,
desrespeito pelos professores, bullying, violência. Porém, acredito que toda
essa situação deva provocar no professor mudanças de paradigmas para que
possamos acompanhar esse novo tempo. Convivo com profissionais realmente
interessados em fazer uma educação de qualidade. São professores
que se fazem respeitar pela competência, pela capacidade de dialogar, inspirar,
pela arte de transmitir saber e por serem capazes de ouvir e discutir.
7. Quais foram as principais dificuldades
no início de sua carreira?
Eu
iniciei a minha carreira em 1982. Lecionava em quatro escolas, duas em
Itaquaquecetuba e duas em Suzano. Me recordo do transtorno que era chegar nas
unidades escolares no horário previsto. Pensei, pensei, pensei... e não me
lembrei de mais nenhuma dificuldade.
8. A senhora se orgulha de ser professora e
por quê?
Apesar
das dificuldades, apesar da falta de valorização profissional, apesar de ouvir
repetidas vezes que não adianta lutar porque as coisas são assim e não vão
mudar, apesar de tudo isso, tenho muito orgulho de ser professora! Poder
contribuir para que meus alunos tenham um crescimento pessoal e profissional é
motivo de muita felicidade. Encontrar um ex-aluno, (alguns com cabelos brancos)
receber um abraço carinhoso, comemorar um reencontro me faz concluir que de
alguma forma eu compartilhei o que sei e que isso foi valorizado. Eu me divirto
dando aulas. Acredito no que faço, acredito muito nos meus alunos. No potencial
que cada um deles tem de transformar a sua própria realidade. No esforço de
cada um!
9. A respeito do Projeto “Prevenção também
se ensina” e tratando do tema “Gravidez na Adolescência” (Bebê-ovo); qual o
aprendizado mais importante adquirido pelos alunos?
O
objetivo do projeto é trabalhar com o grupo questões relacionadas à maternidade
e a paternidade precoce e com as responsabilidades de suas ações. O objetivo,
no entanto, transcendeu o esperado e, ao final do projeto, os alunos não só
tiveram consciência das dificuldades que uma gravidez indesejada pode provocar,
como também passaram a valorizar mais seus pais. Através de depoimentos, eles
expressaram seu amor e gratidão. Por meio de relatos, que envolveram também os
sentimentos em relação ao Bebê-ovo e as dificuldades em cuidar de algo tão
frágil, os alunos puderam entender como seria ter um filho na adolescência,
fase em que a pessoa ainda não está preparada para assumir as responsabilidades
que uma criança exige, tanto financeira quanto psicologicamente.
10. Já houve algo inusitado durante a
aplicação do projeto?
Me
recordo com muita emoção da atitude de uma aluna quando em um determinado dia,
por uma distração, deixou o Bebê- ovo cair ficando todo despedaçado no chão da
sala. A aluna, muito irritada limpou e com muita agressividade jogou o que
restou do bebê-ovo na lixeira. Aos poucos, toda agressividade foi se
transformando em remorso, tristeza e sentimento de culpa. Aos prantos, ela
voltou à lixeira e recolheu os pedaços descartados. No dia seguinte, o Bebê-ovo
foi apresentado todo envolvido em esparadrapos, só com os olhinhos a mostra.
Foi lindo!!!!!!!
Estou
muito lisonjeada em ter sido convidada para esta entrevista. Ao responder as
questões pude perceber o quanto devo agradecer a Deus por tudo que ele me
proporcionou durante esses 33 anos de carreira. Estar convivendo com jovens que
são os protagonistas nessa missão chamada Educação me faz concluir que a minha
vida profissional foi sempre uma constante transformação e isso eu devo a cada
um de vocês.
(Disponível Futuramente na Revista)
(Disponível Futuramente na Revista)
9º ano A
André Monteiro Gomes
Lilian Yuki Nagayassu
Pietra Siste da Silva
Rafael Rodrigues Godoy dos Santos
Vinicius Riogi Lanzi
Parabéns prof. Marcia pela dedicação...aprendi muito com vc...e parabéns queridos alunos...vcs sempre foram muito especiais! Bjssss Saudades
ResponderExcluirParabéns professora Marcia por ser essa professora que sabe como ensinar, apesar de só estar tendo aula com você esse ano já admiro seu trabalho e seu método de ensino e aprendo muito com você. Gostaria de ter mais professores como você que sabem como realmente é ser um professor que gosta mesmo do que faz..bjs Bruna Sousa 8B
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